“Aqui é trabalho”

23 jun

Por Gabriel Duque

Muitos devem conhecer o bordão que dá título a este post e quase todos devem saber a quem pertence tal frase. Muricy Ramalho é o dono deste pensamento que permeia o seu dia a dia nos clubes por onde passa. E com esta filosofia de se focar no trabalho dentro de campo, nas repetições, nos treinamentos, como aprendeu com seu mestre Telê Santana, o técnico alcançou mais uma façanha em sua carreira.

Tido como azarado no formato de torneios mata-mata, o treinador mostrou no comando do Santos, que consegue ser campeão em competições de todos os estilos, ao dirigir o time alvinegro na conquista da Libertadores de 2011. Na decisão, nesta noite de quarta, no Pacaembu lotado, o Peixe não teve dificuldades para impor seu futebol e bater o Peñarol, do Uruguai, por 2 a 1 e se sagrar tricampeão. Para Muricy, a história até chegar a este troféu foi longa.

Após o tricampeonato brasileiro seguido com o São Paulo e o título nacional com o Fluminense em pontos corridos, o treinador ainda lutava contra a estigma de não conseguir repetir este sucesso em torneios como a Taça Libertadores da América. Antes de 2011, o técnico disputou quatro edições da competição continental, sendo três com o Tricolor do Morumbi e uma com o São Caetano. Seu melhor resultado foi o vice em 2006, ao perder a final para o Internacional.

Neste ano, começou a campanha com o Fluminense, mas pediu demissão do cargo, alegando problemas com a diretoria e a precariedade da estrutura. Assumiu o Santos à beira da eliminação na fase de grupos. Foi ao Paraguai e superou o Cerro Porteño, mesmo sem Neymar e Elano.

A vitória contra o Deportivo Táchira, da Venezuela, em casa, garantiu a classificação às oitavas. Daí em diante, passou por América, do México, Once Caldas, da Colômbia, novamente o Cerro e, por fim, o Peñarol, para comemorar o título. Encerrou a competição sem sofrer nenhuma derrota com o Peixe em 10 partidas disputadas. Pronto! Deu um recado para os críticos que apontavam a ausência de títulos na Libertadores como seu único defeito.

Agora, que venha o Mundial de Clubes! Contra o Barcelona? Pode ser que sim, porém, antes terá que tomar cuidado para não repetir o vexame do Internacional no ano passado e ser eliminado por um time desconhecido. Ao Muricy, a glória!

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