Se para um espectador comum é impressionante estar ao lado de relíquias do espírito olímpico, imagine a emoção para um amante do tema que fez deste assunto seu trabalho de conclusão de curso?
Foi com grande expectativa – plenamente satisfeita – que visitei hoje a exposição “Jogos Olímpicos: Esporte, Cultura e Arte” no Centro Cultural da Fiesp – Ruth Cardoso, localizado na Avenida Paulista, em frente à estação Trianon-Masp do metrô.
Composta por artigos vindos pela primeira vez do Museu Olímpico em Lausanne, na Suíça, a exposição gratuita reúne equipamentos e uniformes de atletas, tochas usadas nos revezamentos olímpicos, exemplos das medalhas concedidas aos atletas desde os primeiros jogos da Era Moderna, em Atenas no ano de 1896 até Londres, no ano passado.
É justamente pelo princípio da história, que a mostra começa com a explicação sobre os Jogos da Antiguidade e a paixão do Barão francês Pierre de Coubertin pelo tema que o levou a fundação do COI (Comitê Olímpico Internacional) em 1894 e a consequente primeira edição dos Jogos.
Fogo olímpico – Na sala reservada às tochas, temos exemplos dos artefatos usados nos revezamentos com diversos dados e várias curiosidades sobre o caminho percorrido de Olímpia, na Grécia, até a cidade-sede. Vale ressaltar que coube aos Jogos de Amsterdã, na Holanda, em 1928, iniciar a tradição das tochas olímpicas.
Destaque para a ‘pétala de cobre’ que compôs a pira olímpica dos Jogos de Londres. O símbolo máximo da edição britânica era composto de 204 pétalas, cada uma representando um país participante da competição que ficou com a sua ‘recordação’ dos Jogos.
Cerimônias – Na parte destinada a explicar as cerimônias de abertura e encerramento, o destaque fica por conta do figurino usado pela cantora Marisa Monte, em Londres. Representando Iemanjá, a roupa mostrou parte da cultura brasileira na passagem do bastão para o Rio de Janeiro, que receberá a próxima edição dos Jogos em 2016.
Relíquias – Com objetos, uniformes e equipamentos usados pelos atletas em diversas edições dos Jogos, a parte reservada ao esporte traz preciosidades como a pistola usada por Guilherme Paraense na conquista da primeira medalha de ouro do Brasil em Jogos Olímpicos, em Antuérpia, em 1920.
Ver de perto todas as medalhas distribuídas aos atletas desde 1896 – quando os vencedores das provas levaram insígnias de prata, ao invés das tradicionais comendas de ouro – foi o ponto alto da visita.
Mascotes – Ainda na linha das recordações, a exposição traz todos os mascotes dos Jogos. Desde 1972, em Munique, quando os alemães criaram Waldi o cãozinho basset, conhecido aqui no Brasil como salsicha, até a gota de aço Wenlock que representou os Jogos de Londres.
Destaque para a ursinha Misha que ‘chorou’ no encerramento da Olimpíada de Moscou, em 1980, e entrou para a história do esporte mundial.
No espaço dedicado aos souvenirs, a mostra apresenta ‘mimos’ que eram comercializados nas cidades-sedes e faziam a cabeça de turistas e moradores locais. Nesta parte, destaque para os pôsteres oficiais dos Jogos e os espaços reservados para as Olimpíadas de 1916, 1940 e 1944 que não foram realizadas devido a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais respectivamente, mas fazem parte da contagem oficial do COI.
Para encerrar esta visita ao mundo dos esportes e das Olimpíadas, o Comitê Olímpico Brasileiro apresenta dados sobre a participação de nosso país nos Jogos de Londres com destaque para os medalhistas.
Há ainda um espaço reservado para que os frequentadores possam verificar o quanto um atleta pula no salto em distância e no salto em altura, além de perguntas e respostas para testar o conhecimento dos visitantes.
A mostra rica em interatividade com exibição de filmes é mais uma das ações promovidas pelos organizadores dos Jogos do Rio em 2016. Para um entusiasta do tema como eu, foi uma visita mais do que válida, pois consegui ampliar ainda mais meus conhecimentos sobre o tema.
Fica a dica do passeio, grátis e rico em bagagem cultural. A exposição fica em cartaz até dia 30 de junho.
Exposição Jogos Olímpicos: Esporte, Cultura e Arte
Período expositivo: de 16 de abril a 30 de junho – às segundas, das 11h às 20h; de terça a sábado, das 10 às 20h; e domingo, das 10h às 19h.
Classificação indicativa: livre
Informações: (11) 3146-7405 e 7406