Já comentei antes que trabalhar na Avenida Paulista é um ótimo exercício jornalístico. Explico, como aqui é o ‘centro’ de tudo, sempre há informações por todos os lados e como um bom jornalista deve estar atento ao seu redor, é por essas ruas que colocamos no papel (no nosso caso na tela do computador) aquilo que observamos.
Ontem, enquanto caminhava rumo à palestra na ESPM, vi que alguns jovens estavam comemorando o fato de terem passado no vestibular. Típicos ‘bichos’ com o cabelo cortado e tinta no rosto.
O mais engraçado de tudo, foi lembrar de como escapei dos trotes. Sim, pois não foi apenas um trote que eu fugi. Vamos lá, é claro que as universidades particulares não tem a mesma tradição de ‘brindar’ os calouros com as reconhecidas USP e UNICAMP.
No entanto, em 2006, meu primeiro ano de São Marcos, um grupo de veteranos estava a espera de algum calouro para brincar com espuma de barbear, tinta e outros materiais. Para minha sorte, o Campus do Santa Paulínia tinha duas saídas e eu inconscientemente saí pela garagem, sem nem ao mesmo saber o que acontecia na portaria principal. Havia escapado pela primeira vez de um trote.
Até então, pensei comigo se não foi agora, estou livre para sempre. Ledo engano!
Corria o ano de 2007 e eu já estava me preparando para iniciar o terceiro semestre na São Marcos. Como estava sem emprego, fui até o CEAT (Centro de Apoio ao Trabalhador) no bairro do Bresser em busca de uma oportunidade.
Para quem não conhece o local, fica bem ao lado da Universidade Anhembi Morumbi. Após passar pela seleção do CEAT retornei para casa. Ao entrar na rua na faculdade, percebi uma fila de jovens como se estivesse no paredão.
Como não tinha nada a ver com o que estava acontecendo, mudei de calçada e continuei o meu caminho. Até ouvir a frase que me congelou dos pés a cabeça: “Tem bicho fugindo”, gritou um dos veteranos.
Como de bobo só tenho a cara, fingi que não era comigo e segui em frente. Mas aí já era tarde. Quando vi, um grupo havia me cercado e pediam para que eu fosse para o muro tomar banho de tinta. Foi então que uma ideia iluminou a minha cabeça e salvou o meu dia.
Tirei a carteirinha de identificação do aluno da São Marcos e argumentei que estava ali resolvendo outro assunto. Mesmo sem acreditar, os veteranos me liberaram, mas prometeram que caso me encontrassem na Anhembi Morumbi, o meu ‘castigo’ seria pior.
Moral da história: fugi de dois trotes, o meu propriamente dito e outro que queriam me enquadrar. Com isso aprendi uma boa lição: ande sempre com a sua carteirinha da faculdade. Ela pode ser muito útil. 🙂
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