Estudo recente encomendado pela BBC de Londres colocou a TV Cultura como a segunda melhor emissora do mundo em qualidade. Líder de audiência no Brasil, a Rede Globo ficou com a 28ª colocação no ranking que conta as 66 principais redes de 14 países.
Esse panorama esbarra no binômio audiência X qualidade. Por que a líder do mercado é considerada menos qualitativa do que aquela que ocupa a 6ª posição no ranking do Ibope da Grande São Paulo?
Escrito pelo Prêmio Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, o livro “A civilização do espetáculo” pode ajudar a encontrar pistas para esta questão. Pistas no sentido de caminhos, já que encontrar respostas para uma pergunta tão complexa pode não ser tão simples.
Ao abordar temas como cultura em geral, política, jornalismo de celebridades, sensacionalismo, o livro de Llosa esmiúça o porquê as pessoas preferem determinados tipos de programas ao invés de outros.
Uma possível resposta – Vivemos em uma sociedade na qual somos bombardeados de informações em todos os momentos, ficando difícil compreender tantos sinais. Por isso, cada vez mais as pessoas buscam facilidades, códigos que já se apresentam decodificados e explicados.
A procura por uma informação já processada e de preferência com uma embalagem estética apropriada pode ser considerada uma das hipóteses para audiência da TV Globo ser superior à TV Cultura, mesmo esta tendo programas de qualidade superior na questão cultural.
Resumindo, o público busca conteúdo fácil e com forte teor de entretenimento. O dia a dia atribulado faz com que as pessoas busquem formas de diversão e não percam tempo com programas que levem a análise crítica da sociedade.