Dei um pulo de 14 anos na história. Li 1822, de Laurentino Gomes, o mesmo autor de 1808. Retrato fiel do Primeiro Renado, o livro mostra como aconteceu o Grito do Ipiranga e a consequente Independência do Brasil.
Mais uma vez o subtítulo da obra chamou minha atenção: “Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado”.
Diante da trajetória do homem que marcou a história de duas nações, a vida de D. Pedro I é pano de fundo para recriar e explicar o panorama político e social que levaram a separação do Brasil de Portugal.
Como todos os fatos históricos, a Independência brasileira foi um processo amplo e complexo com vários antecedentes marcantes como a independência norte-americana e a revolução francesa.
Fruto do liberalismo predominante na época, o processo de separação foi o estopim dos acontecimentos que já agitavam a colônica e a metrópole desde a chegada da corte portuguesa em 1808.
Com detalhes sobre a marquesa de Santos – amante e grande paixão de D. Pedro; José Bonifácio de Andrada e Silva (o homem sábio); a imperatriz Leopoldina (a princesa triste) e Lord Cochrane (o escocês louco por dinheiro), a obra traz ricos dados sobre todo o período.
Ainda no texto, referências a volta de D. João VI a Portugal, a regência de D. Pedro I, a convocação das cortes após a revolução liberal do Porto, em 1820 até a abdicação ao trono, a disputa pelo poder lusitano contra o irmão D. Miguel e a morte em 1834.
Bem escrito, com linguagem clara e objetiva, Laurentino Gomes nos premia com mais uma aula de história do Brasil. São momentos tão importantes que merecem uma obra à altura.
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