No mês em que a sensação térmica na cidade do Rio de Janeiro chegou a casa dos 50ºC e temperaturas extremas de -50ºC foram registradas no nordeste dos Estados Unidos, a questão que intitula este post fica em nossa cabeças.
Em busca desta resposta, perguntei a meteorologista Laura Ferreira, da Somar, se estes fenômenos estavam relacionados. Gentilmente, Laura explicou que não há relação entre o calor extremo no Rio e as baixas temperaturas nos Estados Unidos.
“O calor no Rio foi devido a uma massa de ar quente e seca que ficou estacionada sobre grande parte do Sudeste por vários dias. É o que a gente chama de sistema de alta pressão, que são ventos que giram no sentido anti-horário e dificultam a formação de nuvens carregadas. O Rio pela posição geográfica favorece a elevação rápida da temperatura. A sensação térmica e o índice de calor são cálculos matemáticos que levam em conta a temperatura, a umidade e o vento. E naquela semana, todos os fatores contribuíram para a sensação passar dos 50 graus”, explicou Laura.
Quanto ao frio, a meteorologista disse: “Já nos EUA e no Canadá, as temperaturas ficaram baixas demais por causa de um sistema conhecido como vórtice polar. Esse vórtice é um ciclone formado por uma massa de ar gelado, que fica estacionado sobre os polos. No inverno ele é sempre mais forte, e algumas vezes, como este ano, ventos “favoráveis” fazem com que essa massa de ar consiga avançar para latitudes mais baixas atingindo parte do Canadá e dos Estados Unidos também. A força do vento combinada com o ar extremamente frio é que causa a baixa sensação térmica que observamos na região”.